a verdade sobre as piriguetes.
A roupa é uma das maneiras mais simples de mostrar ao mundo aquilo que NÃO somos. Mais sérios, descolados, modernos, despreocupados, não importa: para os que não nos conhecem bem, basta mudar uma blusa ou um acessório para passarmos a interpretar qualquer papel. Até aqueles que, no íntimo, não desejamos ser.
Acho que a moda fala mais que o comportamento em si, mais que as atitudes. A piriguete quer se sentir poderosa, desejada e não se importa com o fato de todos a julgarem como vagabunda — porque via de regra, ela não é. Pode parecer maluquice, mas tenho em mente que a mulher que se veste para seduzir não o faz por ser uma desqualificada, mas por talvez querer um pouquinho de amor. Quem, afinal, não quer?
A piriguete já deu valor para tantos homens que cansou de agir como frágil e resolveu usar suas armas mais poderosas, ligadas, claro, à sexualidade, para se sentir superior. O problema é que, além da admiração dos homens, a piriguete conquista também a inveja das outras mulheres (e um julgamento sem tamanho por parte do resto do planeta.)
A juventude é curta, finita e quanto mais velho ficamos, mais difícil fica de encontrarmos alguém nos lugares comuns. Quanto menos ousarmos, menores também serão nossas chances de nos surpreendermos com as coisas que a vida traz e, dessa forma, ficamos ainda mais entediados em relação a sucessão (às vezes sem sabor) de dias. Mas será que assumir o lado selvagem da conquista é mesmo o que você quer? Será que ser invejada, julgada e ser alvo fácil de comentários vai te trazer o retorno esperado? Ou é apenas um modo de tirar a atenção daquilo que realmente importa?
Curto, justo, decotado e brilhante. Não sou eu quem vai julgar quem você é pela roupa, mas talvez seja eu a responsável por mostrar que no amor (e para tudo o mais que se deseja) precisamos mais que isso.
E que ser feliz, minha cara, parece simples. Mas dá muito trabalho.
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